Wednesday, September 06, 2006

Cotidiano.

Pela segunda vez neste ano me senti fraco. É início de Fevereiro. Eu sou um fraco. Todos passam por cima de mim, todos me ignoram.
Estava, calmamente, andando pela calçada pensando o que eu poderia fazer no resto da minha vida.
Parece fácil, mas não é. Eu mal consigo decidir o que quero comer no almoço. Eu sou um desastre.
Quando, assim do nada, senti um apertão forte na minha bunda. Me assustei. Recuquei. E só então virei para trás (com medo, é claro).
Vi, então, uma mulher linda com um charme europeu. Ela me olhou nos olhos. Jurava que iria escutar um :"Eu te amo!", mas me enganei, como muitas vezes já havia me enganado.
Desculpe, achei que era outra pessoa, mas me confundi, e feio. Meu namorado é alto, forte e bonito, não sei como fui achar que era tu. Desculpe mais uma vez.
Sem problemas, respondi. Dei as costa para ela e segui. Aparentemente o acontecido nem me abalou, mas por dentro estava destruído. Entrei no bar.
Tomei uma dose de uma boa caninha. Saí do bar. Continuei caminhando.
Alguns passo a frente um senhor de idade meteu a bengala entre minhas pernas me derrubando bruscamente. O senhor nem se moveu para me ajudar, passou por mim com um olhar de nojo, sussurando: "...idiota...", talvez outras coisas, mas spo ouvi nitdamento isto. Estendi a mão para um rapaz, que passava, me ajudar. Negou minha mão e em alto e bom tom disse: "Não tenho esmola! Vai trabalhar VAGABUNDO!". Abaixei a cabeça e com dificuldades, me levantei, e fui caminhando para o bar.
Entrei. Bebi mais uma. Saí.
Caminhando algumas quadras fui me sentindo melhor, sendo tomado por uma estranha felicidade. Nunca gostei muito dos policiais, mas ao passar por um mexi a cabeça num singelo cumprimento. Este, logo tirou o cacetete da cintura e me golpeou a altura do pescoço. Sem ar, desesperado e assustado, perguntei com esforço: "Porque?". A resposta não podia ser pior: "Sou "otoridade", nada de "tirar graça" com minha cara". Tudo o que pensava de mal sobre eles duplicou, e o de bem? Na verdade nunca pensei nada de bem, e agora nunca pensarei.
Após me recuperar do golpe fui na direção do bar.
Novamente entrei. Bebi uma dose. Dessa vez não saí. Bebi outra, e mais outra, até beber muitas delas. Já não me sinto mais um merda. Na verdade Eu sou o máximo. Hoje o dia está demais. Eu já disse que te considero pra caralho? Porra, na real eu te amo. Me dá um beijo?

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