Friday, April 20, 2007

O cigarro
já na boca.
O papel
em branco.
Nenhum pensamento
nada de merda
sangue
ou desilusão.
Será que
minha vida
finalmente
não serve
mais
para nada?
Será que
já serviu?
Eu enrolo o papel,
eu me enrolo,
minto para mim
mesmo
para ser feliz.
E isso é
realmente
patético.
Mas
talvez
alguém goste
dessa merda
de poesia
falsa.

Passo, meio passo... sem vida

Ruídos de carne
caindo.
Sem
uma gota
de sangue.
Sangue entra
na garganta.
Líquido fértil
dos assassinos.
A atitude voraz
de um ser
sem alma.
Na escuridão
à meia luz,
num bar
pronto para matar
de novo.

A vítima
"inocente"
anda com seus
milhões de pecados
nas costas.
E sua estúpida
tranquilidade.
No meio do passo
sente um golpe.
Sente a visão acabar.
Sente a carne
cair.
Seu sangue
não sente.

O assissino
louco
corre.
A vítima escuta
os passos se afastarem.
Os passos de quem não
o deixou
ao menos,
terminar o seu último.
Ainda
com um resto
de vida
se aconchega no chão
e chora baixinho
pensando em como
sua vida
foi inútil.

Eu, errante erro.

Errante eu
vou
de erro
em erro
à vida.
Sou eu sim
errante
bêbado
desajustado...
um ser normal.
Mas mesmo errando
eu
errante
tomo cuidado
para não
machucar
alguém.
Mas machuco
eu
ó estúpido errante
todos que amo
pelo medo de amar
pelo pavor de não
ser amado
e
ser amado meu
longe
observa meus erros
erros idiotas
de um errante
com o desprezo
de um
olhar
amistoso.

Lama.

A alma
se foi
eu não vi.
A alma
se foi
eu não ri.
Se foi
a alma
chorando, dor
senti.
Se foi
a alma
se foi
minha vida
se foi
o sentimento
eu sei
que vivi.