Sunday, March 25, 2007

Um dia no Praque.

O dia feio
trazia a tristeza
junto
com as nuvens
escuras.
O balão
vermelho
voava pelo céu
sem destino
sem querer
levando a minha
vida
com a dor de uma
criança chorando.
E o amor
estava por
todo o lado
e eu longe
de tudo.
Dentro de mim
sem me conhecer
desbravando o
insensato medo
de me descobrir.
E a loucura
chegava a passos
largos
sem medo de
me encontrar.
E eu só pensava
em fugir.
Mas a vida
insitia em bater
bater
também palmas
doidas
de felicidade
sem sentido.
Mas a tristeza que
me resumia.
O meu coração
que doía.
Minha vida que
acabava.
Eu que
chorava.

E continuo
chorando...

Sunday, March 18, 2007

Estou.

Eu estou rastejando
no chão imundo
cheio de mijo
e merda.
Eu estou chorando
sem nada
que me faça
parar.
Eu estou morrendo
desde que
nesci.
Eu estou indo
embora
sem nem poder voltar.
Eu estou cagando
para tudo!
Eu estou.
E não consigo
deixar
de chorar.

Vontade.

Sem vontade
de sorrir
ele chora.
Sem vontade
de viver
ele bebe.
Sem vontade
de morrer
ele
se mata aos poucos.
E a vida nada vale.
Ele nada é.

Saturday, March 17, 2007

Abraço.

De que me vale o abraço? Se o abraço não é meu. A vida não é como eu quero. Me quebraram os ossos, me jogaram na lama, com os porcos e me soltaram no mundo em busca de um amor impossível. Num mundo que nunca ví. E nunca verei inteiro. Sozinho. Podre. Sem vida, vivendo.
Sem controle sobre meus atos. Fazendo o mal a todos que gosto. Ninguém realmente me gosta. E a vida passa, sem sentido, sem eu sentir nada. Mas com toda a dor do mundo, sobre os ombros tão cansados de ser eu. Sobre uma terra bruta, com gente bruta. Ninguém quer se lapidar...Eu por vezes acho que sou bom... pura ilusão... sou a mesma merda bruta que todos. Todas as pessoas são nada, o mundo é nada e eu sou tudo, cheio de nada. Pronto para perder nada o que tenho. Sorrindo sem ter o porquê. Sorrindo feito um idiota. Sorrindo à tristeza. Com lágrimas de um perdedor no canto dos olho. Pronto, sem me preparar, para a próxima derrota. Com uma estante cheia de prêmios, sem sentido algum. Sem a vida que eu quero. Sem a vida que eu preciso. Sem o amor que anseio. Perdido, sem rumo, podre. Sem nenhum abraço.

Thursday, March 15, 2007

Beleza.

Sou um causo perdido
não tenho mais
esperança.
Não chore
por mim.
Por favor
não tenha pena.
Sou feio, sim.
Sou idiota, sim.
Mas tenho
um bom
coração.
Mas
de que vale o coração?
Um dia ele
para,
e eu pararei junto.
Já a beleza
será
eternizada em fotos
póstumas de um vida
imperfeita.

Amar, verbo inconseqüente.

Ele nem a conhecia
mas dizia que a amava.
Ela nem o conhecia
e dizia que
não conhecia ele.

Ele falou um dia com ela
bêbada
ela era
linda
realmente maravilhosa
com seus olhos verdes
que expressavam
nada mais que
loucura.

E mal falou com ele.

Ele fugiu
sem sair do quarto
do seu quarto
sozinho
bêbado.

No meio da fuga
estúpido
foi atrás dela.
Agarrou seus cabelos
cheirou
beijou
e com um golpe de navalha
deixou só carne
e sangue no chão.
A a alma daquela mulher louca
se foi.
E sem ela
ele não pode viver.
E a navalha
com o sangue dela
cortou
sua própria garganta,
tornando os dois
uma só pessoa.
Ele morreu feliz.
Com sua alma
sem ele.

Wednesday, March 14, 2007

Pena.

Eu tenho pena das mulheres.


Apaixonam-se por cópias.
cópias baratas
dos outros que
já vieram.
Homens vazios
sem nenhuma surpresa...
cíciclos,
de merda à merda.
Incapazes de serem
feliz sozinhos.

Já nós... os ditos
homens vazios,
nos apaixonamos
por mulheres,
deusas sem reinado,
diferentes a cada ato.
Cheias de
felicidades novas
mas com
a velha tristeza.
A tristeza que nos
move,
que nos sustenta.
Em linha reta
em direção do
Paraíso.


Eu tenho pena das mulheres.

Sou.

Minha pele
é cheia de cortes.
Cortes profundos
abertos
enormes
para quem
quiser entrar.

Só entra merda
em mim.
E eu sou
o que sou.
Merda.
Viro um merda
com as pessoas,
com as coisas,
que entram
em mim.
E nada posso
fazer
para mudar.
Aceitar minha
condição
de merda?
A minha existência,
já é uma merda.

Monday, March 12, 2007

Noite.

Acordado
no meio da noite
fumando
pensando
sem sono.
Me dou conta
que meu cigarro
acaba como
minha vida.
E que minha
vida
é desperdiçada
como meu cigarro.
Nada importa.
Nada faz diferença.

Penso também
se vivo por algo.
E nada penso mais.
Só sei
que tento viver
por mentiras.
Afinal,
o que são
os sonhos
se não
mentiras muito bem
mentidas?
Até porque
a verdade é
uma merda.
Dói.

E de dor
estou cheio.
Será que eu posso
ser feliz?
Só um pouco...
Sem incomodar ningém
só viver como
eu quero.
Do jeito que for...
Pra quem
seja
que for...

Sunday, March 11, 2007

Encontro.

Chegou assim
desconhecida.
Para conhecer
só um mistério
cobriu o ar
com seu perfume
roxo
de coisa nova.
Um palpitar
no coração
de um desbravador.

E a sede de
conhecer
fez minha garganta
secar.

É podre
a sensação
de mudar
pior se sabemos
que águas
melhores
virão.

Numa palavra
o conforto
e na mente
um desejo:
nunca mais
acabar.
E as palavras
combinavam
e nada mais
me importava.
Nas observações
de um nauta
aguerrido
meu coração
se perdeu.
Pobre
sem coração
venderia a alma,
mas não teve
coragem
para um beijo
perdido.

Nem o desejo fez
durar para sempre
e o desejo queria
acabar
e nada fazer
para o seu bem
estar.

E na despedida
de um morto
meu coração
se achou,
e se quebrou
E o desejo
de poder
ser outro alguém
voltou.

Susto matinal.

O cheiro de vômito
misturado
com o de morte
me fez acordar.
Tonto
sem sentido
fui ao banheiro.
Nada de sangue
Nada de vômito
Tudo parece normal.

Até que
me dou
conta
de que essa não é
minha casa.
E que esse
não sou eu,
na frente
do espelho estúpido.

Respiro fundo.
Relaxo.
Está tudo esplicado.

Wednesday, March 07, 2007

Ser.

A mulher ainda ria.
E ninguém sabia
o porquê.
Acho que
ninguém
queria saber.
Mas ela não parava.
E eu estava
ficando
assustado.
Mas algo me
fazia
ficar. Congelando
meu corpo.
Eu não queria rir.
Mas ela parecia
não querer
parar.
E a vida
foi parecendo cada
vez
mais vazia.
E nada era.
Tudo, somente,
parecia.
Parecia feliz.
Aquela mulher
doente
e rindo.
Mas era a tristeza.
Que chegou
e não quis ir.
E tudo somente parece.
E nada é.

Monday, March 05, 2007

O fim.

Sempre espero o
melhor.
Mas o melhor nunca
chega.
E eles não vêem
que não é
por não tentar.
Algo me impede.
Minha capacidade de
ser bom.
minha vida é assim
e ninguém
parece
entender.
Nem eu
sei tal motivo!
Espero, somente,
que tudo acabe bem
que eu possa ser
feliz.
Mas o fim
não é meu.
E no fim
o fim sempre
vence.
O que no começo
tanto temia,
o fim
venceu.
E o amor?
O amor
que se foda.
E é assim
que vai, e sempre
vai ser.
Vou assim
embora.
Onde eu possa
Tentar ser
feliz de novo.
Sem que o fim me vença
mas nada parece mudar....
Que se foda o amor.

Sunday, March 04, 2007

A intangível vida.

É tão bom
sentir o doce
gosto de tuas lágrimas
salgadas
junto com as minhas.
É o nosso sofrer
pelo mundo
que nos une.
Um simples gesto
teu
me livra do inferno.
Um simples
sorriso
liberta minha alma.
É no teu seu seio que
encontro meu lar
nas tuas nádegas
que minha vida
quer repousar.
É, justamente,
no âmago
do teu ser
que quero acabar
que quero morrer.

Mas não existe o meu sofrer
não existe o meu lar,
meu lugar pra ficar
minha cova
nada existe.
A culpa não é minha
és tua, ó, meu ser amado.
Pois tu, como tudo que amo,
não existe.
E se existisse
estaria
longe de mim.

Eu te amo.

Adoro me apaixonar
por motivos frívolos
como um nome que não
escutei, uma vida que
nunca vivi...
Eu amo essas mulheres.
Nada me deixa mais feliz
que o doce aroma
de suas atitudes.
Que o ruído
silencioso
de suas dores.
Que a vida
rodeada por
novos temores.
Medo de perder quem amo
quem não consigo.
Para quem
não consigo dizer:
Eu te amo.

Ela.

Todos aqueles gritos
pararam.
Todo aquele agito
não agita mais...
Toda aquela dor
continua doendo.
E a vida continua passando
enquanto não escuto
mais aqueles gritos horríveis.

Na rua um homem chorava,
com muita vergonha,
enquanto limpava o seu sangue.
Outro ria, com amigos,
ria.
E muitos estavam pasmos.
Petrificados.
E eu ignorei tudo
ignorei meu dia inteiro.
Sinto falta dela:
do seu perfume
que nunca cherei,
da sua pele
que nunca toquei,
da sua boca
que um dia beijarei.

O homem nunca vai conseguir
limpar todo o
seu sangue.
Será que consiguirei
beijá-la?
O homem que ri
talvez consiga.
Que risada idiota!
Pelo menos o meu sangue
continua dentro de mim.
E ela longe de mim
não me machuca.
Eu estou de pé
com uma vontade de deitar...

Círculo da vida.

Agora na minha
eterna solidão
de paz.
Entregue aos vermes
minha
vida podre
se enche de felicidade
pois minha carne
finalmente,
serve para algo.

Alimentar a futura
geração de homens
vazios
nos bares
nas ruas
nas putas.
Fazendo nossa
vida
feliz.

E o mundo
continua girando...

e sei que
se andas em círculos
chegarás na mesma
merda de onde
começaste.
Ou seja
Para nada
estamos indo.

Friday, March 02, 2007

Insônia.

Vejo minha angústia
aumentar
enquanto vejo
meu cigarros
acabando.
E vendo meus cigarros
indo embora
queimados por
minha boca vil,
minha angústia aumenta
e fumo mais
e os cigarros acabam
mais rápido que o esperado.
Não posso ficar sem
ter o que fumar.
É minha vida que
estou queimando.

Não consigo dormir.

Amizade. (Um poema piegas)

Que se foda
meu coração ardendo
numa fogueira de ódio.
Minha carne
em excesso caindo
podre.
Minha auto-estima
mais baixa do que nunca.
Minha visão
turva por efeitos
etílicos.
Tenho quem me segure
quem me abrace
quem cuide de mim.
Posso não ter a amizade
de muitos.
Mas tenho muita
de poucos.
Mal sabem eles
o quanto são importantes.
Mal sabem eles
quantas vezes
me deram a vida.
Mal sei eu como agradecer.
O amor dos amigos
me basta,
que se foda o ódio.

Thursday, March 01, 2007

Eu.

Aquele homem, deitado,
não se mexe faz tempo.
E o seu sangue pintou
a calçada de vermelho.
Que cena linda.
Será que ele morreu?
Aquela garrafa brilha
pura e sozinha
na escuridão deste beco.

As risadas não me deixam
mais feliz,
ao contrário,
eu quero fazer
alguém sangrar também.
Alguem que ri.
Como alguém
pode rir
enquanto outro sofre?
Eu já ri...
provavelmente alguem
sofria...
não mereço viver?
Outras pessoas estão felizes também...
mas aquele homem
ainda não se mexe.
E eu consigo fazer, apenas,
nada.
Vejo a calçada vermelha,
a garrafa brilhando...
queria ver quem ri!

então...


O homem sangrando
vê minhas costas
e eu não vejo nada.
Quero minha cama.
Doce cama, onde posso ser eu.
Onde ninguém sangra,
ninguém ri.
Só eu.

Outro lado.

Amo tua alma
de eterna paz
no teu leito silencioso.
Quero essa tua calma
para amar-te
até o fim da minha
vida.
Já que a tua
já se foi.
E, infelizmente, só
desta maneira podes
ser minha.
Teu corpo pútrido
faz o meu
acalentar-se em emoções
eternas, de um sussego
constrangedor.
Com a dor de estar
vivo num mundo
que nunca foi
e nunca será meu.
Quero morrer para
encontrar-te.
Quero morrer para
me livrar da dor
que é
ser quem sou.
Quero apenas o amor
que encontro nos vermes
rastejando ao teu lado.
Ó, minha carne
podre
que fora do meu alcance
vive lucida
fora de si...
Onde, no cemitério
de minh'alma
encontro o amor
que na catástrofe
de minhas caminhadas
nunca achei.

Cansado de esperar
alguém.
Vou para onde nunca fui
em busca de quem
um dia na vida
encontrei.

Nós.

Sem saber o que fazer
nós, homens sem sentido,
vamos a caminho
de um lugar comum.
Procuro em bocetas...
Procuro em lugares...
E nem vida eu tenho.
Acabo sozinho,
num bar,
sozinho.