Wednesday, December 27, 2006

Curta (a) vida.

Nasceu e cresceu junto aos porcos. Claudio desde pequeno viu o pior da sociedade ao seu lado. Seu padrinho era um assassino, sua mão, prostituta, seu pai estuprador. Aprendeu a se virar sozinho, chegou aos seus 18 anos sem nunca ter tocado uma arma, roubado ou até mesmo enganado alguem - isso foi sua perdição.
A muito custo se formou advogado, o primeiro da turma. Ninguém se orgulhava, ninguém ligava, Claudio só semeou a inveja. Optou por não defender culpados. Até no jornal ele saiu... Teve poucos clientes, dos quais muitas vezes se enganou quanto a inocência.
Prestes a desistir do oficio conseguiu pôr na prisão um grande traficante. Era famoso. Todos o adoravam, mulheres, bebida e drogas... Cheirou, cheirou muito, acabou com sua vida. perdeu tudo. Foi se matar...
Pela primeira vez, aos 38 anos, pegou uma arma, um 38. Não sabia o que fazer então fez tudo errado. O tiro saiu pela culatra e Claudio, "nosso herói", perdeu a mão.
Vejo ele todo o dia, dorme no leito ao lado do meu. Ainda escuto, todo o dia, seu choro, acredito que por que nem ao menos uma punheta ele pode bater...

Thursday, December 21, 2006

José.

Não sabia José o que o esperava. Não sabia José que não havia mais tempo. Nada sabia José. José partiu em busca de emoção. Nada mais havia para ele no interior. Pensava grande, cidade grande, grande lucro... Perdeu-se no caminho, achou dinheiro na perdição. A sorte foi anunciada, enquanto no desespero de outros José vivia.
Nada pior que uma vida, por de trás do sofrimento de outras, acabar.
José não conhecia bem, mas já era o ódio. José matou, bebeu, cherou, se divertiu...
José já fora o orgulho da família. José é mais nada do que era.
José, na infância interiorana se divertia caçando passarinhos. Hoje ele está atrás das grades. Dormia coberto pelo sol redondo e grande, hoje tem serte de vê-lo quadrado.
E agora josé? Será que a festa acabou?