Sunday, July 08, 2007

Amém


O peito aberto
espreita a saída
mais dolorida
de um mundo
abstratò.
À droga
oremos
à droga.
Pedimos o nosso perdão.
Somente os fortes
sobrevivem,
à droga
amém.
Sem céu,
sem terra,
sem ar
o mar
espreita
o vazio.
Enquanto isso,
o cigarro
queima
a vida
queima
à vida.
Àquela que me fez
eu mato,
e grito
"perdão"
à droga
à ela
todos nós
morreremos,
sobreviverei
até morrer,
à dor
eu sussurro
amém.
Sem nada.

Sem sentido
sem destino
sem amor
sem vida.
Só a dor.
Há vida nisso tudo?
"sem amor eu sigo bem"
e ninguém acredita
no homem, menino
que já tanto errou.
Sentimento absurdo
a dor
sentimento âmago
do horror
a si próprio.
E a vida
anda, assim,
solta
sem coleira
nem fucinheira
pronta pra cheirar nosso cu,
foder, mesmo que nossa perna,
e morder no mínimo descuido.
A vida, propriamente
dita,
é a merda boiando
no esgoto
de um coração sedento
por sangue.
Conversa com o poeta.


O caminho leva à vida
a vida.
"Qual caminho
é esse?",
Perguntam os bêbados
com a alma perdida,
as putas com seus vestidos
tigrados
e seus olhares decadentes.
O caminho leva
para algum lugar
mas não há caminho
neste.
Não há saída
nem entrada.
Não há meio.
Só meios de encontrá-lo.
Responde o poeta
bêbado
e perdedor.
"Como assim?"
Perguntam as idiotas
caminhando e comprando no shoping
com seus vestidos tigrados
que se diferem por
apenas
uma etiqueta ao das putas.
Seu olhar superior, me parece ainda mais decadente.
Cada um
cada idiota
cada puta
cada bêbado
cada ladrão
cada político
cada advogado
tem um jeito de viver
e se ser feliz é o objetivo,
eu me junto aos bêbados.
Mais uma vez
responde
-sem responder-
o poeta decadente.

Wednesday, July 04, 2007

Não sei.

O destino gira
gira em torno dele mesmo.
Como Sol, sem ser estrela.
Estrela de si só
estrela solitária
no meio de outras
estrelas solitárias.
Sem força ele acaba parando.
E com ele
nós
paramos e morremos.
E dizem que voltamos...
isso eu não sei.
Isso eu não sei!
Mas quem sabe?