Sunday, September 24, 2006

Universo em Ti.

Quando sinto teu perfume vejo cores;
Cores que me embriagam de beleza
Sinto, ao te tocar, mais doces sabores
E meu coração se esvazia da tristeza
Com força e terna sutileza
Me esforço em labores

Te dou, todo e pleno esforço
Retificado em versos,
Transcrevo teu lascivo dorso,
De forma a me deixar ao reverso
Por ter em ti, meu coração amoroso
Único e verdadeiro universo

Da podridão, por ti regresso!
De volta mais uma vez ao meu eterno
...Universo

Sunday, September 10, 2006

Luz no fim do tunel.

"Primeira dose de whisky no bar. Primeira dose de whisky no bar. O marujo dá um gole. Nenhuma dose de whisky no bar. Segunda dose de whisky no bar. Segunda dose de whisky no bar. O marujo dá um gole..."
Na décima segunda dose, caí. Caí desmaiado e fiquei. Fiquei por alguns... talvez mais, minutos.
Acordei embriagado ainda. Num lugar estranho, escuro. Andei para os lados, e fui subindo como num cano, um cano de esgoto? Não. Sem água no chão, sem um cheiro horrível, aquilo não era o esgoto, não pelo menos os que eu ví nos filmes.
Gritei. gritei muito. Ninguém parece ouvir. Estou, agora, sozinho. Nunca me senti acompanhado, mas agora sim, sei o que é estar sozinho, por dentro e por fora.
Quero sair daqui! Onde eu estou?
Estou embriagado ainda. Não de virtude, poesia ou vinho, mas sim de whisky e medo. Um medom, não como os outros que senti, mas um nada que era medo.
Corri então.
Fiquei correndo por horas. Com paradas de guspe, tossidas e quase falecimentos, que o cigarro me causara.
Parei. Senti algo no bolso do meu casaco. Uma garrafa. Uma garrafa com dois dedos de whisky. Tomei tudo num sorvo só. O calor tomou conta de mim. Meu coração disparou. Agora o medo era como o de sempre.
Pouco tempo depois da corrida vi uma luz forte na minha frente, um pouco longe porém. Aos pooucos me aproximei. Não conseguia ver nada do lado de fora. Então que me dei conta. Eu estou morto. Bebi até morrer. Pelo menos morri bem.
Acho que depois que passar dessa luz estou no céu. Eu vim pro céu? Que bom! Será que não se pode beber no céu? Acho que não... Esse foi meu ulimo golo de whisky? Eu não quero morrer!
Fui caminhando para o depois da luz. Não pensando em que eu nunca mais iria ver, mas sim que nunca mais poderia beber. Era agora, só mais um passo. Fechei os olhos e fui.
Que merda! Que merda! Esses filmes são umas merdas! Era a porra de um esgoto.

Wednesday, September 06, 2006

Cotidiano.

Pela segunda vez neste ano me senti fraco. É início de Fevereiro. Eu sou um fraco. Todos passam por cima de mim, todos me ignoram.
Estava, calmamente, andando pela calçada pensando o que eu poderia fazer no resto da minha vida.
Parece fácil, mas não é. Eu mal consigo decidir o que quero comer no almoço. Eu sou um desastre.
Quando, assim do nada, senti um apertão forte na minha bunda. Me assustei. Recuquei. E só então virei para trás (com medo, é claro).
Vi, então, uma mulher linda com um charme europeu. Ela me olhou nos olhos. Jurava que iria escutar um :"Eu te amo!", mas me enganei, como muitas vezes já havia me enganado.
Desculpe, achei que era outra pessoa, mas me confundi, e feio. Meu namorado é alto, forte e bonito, não sei como fui achar que era tu. Desculpe mais uma vez.
Sem problemas, respondi. Dei as costa para ela e segui. Aparentemente o acontecido nem me abalou, mas por dentro estava destruído. Entrei no bar.
Tomei uma dose de uma boa caninha. Saí do bar. Continuei caminhando.
Alguns passo a frente um senhor de idade meteu a bengala entre minhas pernas me derrubando bruscamente. O senhor nem se moveu para me ajudar, passou por mim com um olhar de nojo, sussurando: "...idiota...", talvez outras coisas, mas spo ouvi nitdamento isto. Estendi a mão para um rapaz, que passava, me ajudar. Negou minha mão e em alto e bom tom disse: "Não tenho esmola! Vai trabalhar VAGABUNDO!". Abaixei a cabeça e com dificuldades, me levantei, e fui caminhando para o bar.
Entrei. Bebi mais uma. Saí.
Caminhando algumas quadras fui me sentindo melhor, sendo tomado por uma estranha felicidade. Nunca gostei muito dos policiais, mas ao passar por um mexi a cabeça num singelo cumprimento. Este, logo tirou o cacetete da cintura e me golpeou a altura do pescoço. Sem ar, desesperado e assustado, perguntei com esforço: "Porque?". A resposta não podia ser pior: "Sou "otoridade", nada de "tirar graça" com minha cara". Tudo o que pensava de mal sobre eles duplicou, e o de bem? Na verdade nunca pensei nada de bem, e agora nunca pensarei.
Após me recuperar do golpe fui na direção do bar.
Novamente entrei. Bebi uma dose. Dessa vez não saí. Bebi outra, e mais outra, até beber muitas delas. Já não me sinto mais um merda. Na verdade Eu sou o máximo. Hoje o dia está demais. Eu já disse que te considero pra caralho? Porra, na real eu te amo. Me dá um beijo?